Você já se pegou repetindo um jeito de falar, um gosto, até um sofrimento... que nem eram seus?Na psicanálise, isso tem nome: identificação.A identificação é um dos primeiros caminhos que usamos para formar quem somos. Desde cedo, copiamos trejeitos, desejos, valores — primeiro dos pais, depois de figuras importantes.Mas esse processo não é consciente. E muitas vezes, seguimos repetindo modos de ser para manter laços, agradar, pertencer e, sobretudo, para manter vivas aquelas pessoas que não estão mais conosco, mas que nos foram importantes. É aí que entra o ponto central: nem sempre aquilo que nos habita foi escolhido por nós.Entender as identificações que te constituem é também abrir espaço pra ser quem você pode ser — e não só o que esperaram de você.Na análise, você pode descobrir o que está mais alinhado contigo hoje.
Texto: Camile R. Martins / Psicanalista Clínica