16 Jul
16Jul

O ato falho é um erro ou deslize involuntário que pode ganhar um significado revelador sobre algo do inconsciente do paciente.
 Mas para entender o que o ato falho esconde como conteúdo inconsciente  é necessário que o psicanalista preste  atenção ao discurso do analisando, pois o ato falho, que é de interesse para o analista, não se manifesta como ato isolado, mas sempre dentro de um contexto da narrativa, que é manifesto por ele e percebido através da atenção flutuante do psicanalista.
 Tendo isso em mente, trocar ou esquecer um nome dentro de uma narrativa que  está em curso, quando o controle do discurso está flutuando, ou seja sem muito controle do consciente, abre uma janela para  o inconsciente se manifestar através de um esquecer ou trocar nomes por exemplo. A partir dessa manifestação involuntária cabe a psicanalista não desenvolver uma réplica, oferecendo uma interpretação imediata e afoita, mas sim ser curioso sobre essa janela de oportunidade: "o que você quis dizer quando manifestou esse ato falho?" ou seja através de uma devolutiva questionadora  deixar o paciente trazer para  a linguagem o significante do conteúdo inconsciente.


Carlos Augusto Toigo | Psicanalista 

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